A
noite quente caia doce sobre os seus olhos castanhos escuros, e as vidas
passavam em nossa frente a toda velocidade, vidas cobertas de pratas e pretos,
vermelhos e amarelos. Sua mão quente aquecia minha pele e seu cabelo negro me
desconcertava. Uma encruzilhada de faróis e as baias das calças molhadas pela
chuva que acabara de passar. Já era tarde da noite e a história não esperava
por ninguém, foi quando sua voz navegou sozinha no som do silêncio, e eu me
apeguei a isso. Juro que me apeguei. Minha percepção já tinha ido embora junto
com as palavras. O que teria sido se não tivesse parado naquela encruzilhada
para apreciar a experiência? Ela foi o meu ponto de fuga naquele crepúsculo
abafado, diferente de parar em frente á televisão e assistir a um velho
programa de conveniência, algo que completou a minha essência. Naquele momento
eu conquistei o infinito, que em minha inocência era apenas uma maneira de escapar.
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