quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Encruzilhada. (O Início de uma história)


A noite quente caia doce sobre os seus olhos castanhos escuros, e as vidas passavam em nossa frente a toda velocidade, vidas cobertas de pratas e pretos, vermelhos e amarelos. Sua mão quente aquecia minha pele e seu cabelo negro me desconcertava. Uma encruzilhada de faróis e as baias das calças molhadas pela chuva que acabara de passar. Já era tarde da noite e a história não esperava por ninguém, foi quando sua voz navegou sozinha no som do silêncio, e eu me apeguei a isso. Juro que me apeguei. Minha percepção já tinha ido embora junto com as palavras. O que teria sido se não tivesse parado naquela encruzilhada para apreciar a experiência? Ela foi o meu ponto de fuga naquele crepúsculo abafado, diferente de parar em frente á televisão e assistir a um velho programa de conveniência, algo que completou a minha essência. Naquele momento eu conquistei o infinito, que em minha inocência era apenas uma maneira de escapar. 

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